sexta-feira, 31 de julho de 2015

Patriarcado de Antioquia dos Sírios



O Patriarcado de Antioquia dos Sírios é a Sé Primacial da Igreja Siríaca, uma das 23 Igrejas Orientais Sui juris em comunhão com a Igreja de Roma.

A Igreja de Antioquia, na atual Turquia, é considerada a Igreja dos gentios mais antiga do mundo, segundo São Lucas, ele próprio um sírio de língua grega. Ali os discípulos do Senhor receberam, pela primeira vez, o nome de cristãos.  A de Jerusalém, por outro lado, era formada basicamente por judeus conversos. Os Apóstolos São Pedro e São Paulo são considerados os fundadores da Igreja, tendo sido São Pedro seu primeiro bispo. Antes de partir para Roma, São Pedro deixou os Santos Evódio e Inácio como chefes, tendo ambos perecido debaixo da perseguição romana.

No primeiro Concílio de Niceia (325) é reconhecida a importância do bispo de Antioquia e à Sé é conferida a condição de Patriarcado, juntamente com Roma, Alexandria e Jerusalém. 

A proeminência da Igreja de Antioquia tornou ainda mais dramática a disputa em torno da profissão de fé calcedoniana. Em 518, o Patriarca Mar Severius de Antioquia, anti-calcedoniano, foi deposto e procurou refúgio em Alexandria. De Alexandria, passando por várias mosteiros na Mesopotâmia, ao longo dos séculos, os patriarcas cismáticos se estabeleceram na Turquia, e mais recentemente em Homs e, por fim, em Damasco, na Síria. Este patriarca manteve uma sucessão ininterrupta como chefe da Igreja Siríaca Ortodoxa. 

O Patriarcado de Antioquia passou a ser governado por Patriarcas Calcedonianos e se manteve assim na comunhão católica até o século XI com o Grande Cisma do Oriente.

Houve inúmeras e infrutíferas tentativas de reunião com os cismáticos siríacos no tempo das Cruzadas, sobretudo pelas boas relações entre bispos católicos e siríacos. Também houve uma tentativa durante o Concílio de Basileia-Ferrara-Florença, mas alguns bispos siríacos se opuseram e prevaleceram.

Em 1626 capuchinhos e jesuítas chegam a Allepo e muitos siríacos são recebidos na Igreja Católica. Este núcleo católico logrou eleger um dos seus como Patriarca em 1662, Ignatius Andreas Akhidjan. Com a morte de Akhidjan em 1677, a Igreja se dividiu e dois patriarcas rivais foram eleitos, um em comunhão com Roma e um em cisma. Com a morte do Patriarca católico em 1702, morre o incipiente Patriarcado Siríaco católico.

Em 1782 foi eleito Patriarca siríaco o Metropolita de Allepo, Michael Jarweh, com o nome de Ignatius Michael III, o qual se declara católico e pede a comunhão eclesiástica ao Papa. Em razão de perseguições sofridas pelos contrários à união com Roma e pelos otomanos, o Patriarca busca refúgio no Líbano. Em 1831 a sede da Igreja volta a Allepo, mas em 1854 se estabelece em Mardin, na Turquia. No começo do século XX, devido ao genocídio protagonizado pelos turcos contra as minorias étnicas e religiosas, muitos siríacos fugiram e o Patriarcado se estabeleceu em Beirute, no Líbano.

A Igreja utiliza o Rito Antioqueno, ou Siríaco Ocidental, o qual compartilha com a Igreja Siro-Malankar católica e, em menor medida, com a Igreja Maronita, 

São pouco mais de 270 mil fiéis na Síria e na Diáspora, organizada em 2 Arquidioceses Metropolitanas, 2 Arquidioceses, 4 Dioceses e outras 5 jurisdições menores.

A sede patriarcal está em Beirute, no Líbano, eparquia própria do Patriarca. Na Síria, há 4 históricas Arquieparquias com cerca de 30 mil fiéis que se sobrevivem à perseguição. No Iraque, com cerca de 20 mil fiéis, há 2 Arquieparquias, 1 Eparquia e 1 Exarcado Patriarcal. Na Terra Santa e Jordânia, há 1 Exarcado Patriarcal; no Cairo, 1 Diocese e, na Turquia, 1 Exarcado Patriarcal. Há um pequeno grupo de fiéis no Sudão, sob a dependência direta do Patriarca.

Na América, estão presentes nos Estados Unidos (1 Diocese), no Canadá (1 Exarcado Apostólico) e na Venezuela (1 Exarcado Apostólico).


Governo

Sua Beatitude Mar Ignatius Youssif III Younan
Patriarca de Antioquia dos Sírios



Nascimento; 15/11/1944 em Hassaké, Síria.
Ordenação Sacerdotal: 12/09/1971.
Sagração Episcopal: 7/01/1996, como Bispo de Our Lady of Deliverance of Newark dos Sírios (EUA).
Eleição Patriarcal: 20/01/2009.


Site Oficial do Patriarcado: http://www.syr-cath.org/

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Patriarcado de Alexandria dos Coptas



O Patriarcado de Alexandria dos Coptas é a Sé Primacial da Igreja Copta, uma das 23 Igrejas Orientais Sui juris em comunhão com a Igreja de Roma.

A Igreja foi fundada pelo Apóstolo e Evangelista São Marcos por volta do ano 42. Os cristãos do tempo da fundação eram egípcios de língua copta, os quais se distinguiam dos gregos e dos judeus que aí residiam, sobretudo em Alexandria. Muito cedo, como atestam as recentes descobertas arqueológicas, os textos bíblicos e litúrgicos foram traduzidos para a língua do povo simples, o copta.

Também no Egito se desenvolveu a famosa escola teológica de Alexandria, que tanto prestígio deu à Igreja;  e nasceu o monaquismo, nas pegadas dos santos Antão, Paulo de Tebas, Macário e Pancômio,

Ali nasceu Ario e sua heresia; dali também partiu o combate à mesma na pessoa do Patriarca Santo Atanásio. Também ali se combateu o nestorianismo e se promoveu o ensino do Concílio de Éfeso presidido por São Cirilo, Patriarca de Alexandria. 

Mas o Concílio de Calcedônia não foi recebido com igual adesão.  O Patriarca se opôs à fórmula calcedoniana e à intromissão do imperador nos assuntos eclesiais. Foi deposto e, em seu lugar, foi nomeado um Patriarca que professava a fé ortodoxa. Os seguidores de Dióscoro, Patriarca deposto, escolheram um outro e romperam a comunhão com  a Igreja universal. Esta Igreja cismática, Igreja Copta Ortodoxa de Alexandria é a principal Igreja cristã do Egito, cerca de 10% da população do Egito e deu origem às Igrejas cismáticas da Etiópia e da Eritreia.

Os seguidores do Patriarca Protério de Alexandria, nomeado pelo imperador, passaram a ser conhecidos como Melquitas, do siríaco Malkoyo, "real, imperial". Com o tempo a Igreja seria conhecida como Greco-Melquita. Passou a usar o grego, em vez do copta, em sua liturgia e assimilou muitos costumes dos bizantinos.

Com o Grande Cisma do Oriente, o Patriarca Greco-Melquita de Alexandria posicionou-se a favor do Patriarca de Constantinopla e rompeu a comunhão com a Igreja universal. Assim, no Egito, havia duas Igrejas cismáticas: a Copta não-calcedoniana, amplamente majoritária; e a Greco-Melquita, formada por uma isolada minoria. Esta última abandonou posteriormente o nome Melquita em favor do apelativo Greco-Ortodoxo. Ambas, desde então, alegam possuir a sucessão de São Marcos e a jurisdição sobre o Egito e toda a África.

Em 1442, a representantes da Igreja Copta Ortodoxa assinaram a Bula de união, Cantate Domino, no Concílio de Basileia-Ferrara-Florença. Sem apoio do clero e do povo no Egito, a Bula careceu de qualquer efeito prático. Durante o século XVII chegaram missionários da Igreja latina, principalmente franciscanos, que obtiveram a adesão de alguns coptas. Novamente em 1713, o Patriarca Copta Ortodoxo voltou à comunhão católica, mas também esta adesão não foi duradoura.

Em 1741 o Bispo Copta Ortodoxo Amba Athanasios de Jerusalém tornou-se católico e foi nomeado pela Santa Sé como Vigário Apostólico para atender os cerca de 2 mil coptas católicos no Egito, fruto das missões franciscanas e jesuíticas. Este bispo retornou à Igreja Copta Ortodoxa, deixando a outros sacerdotes o encargo dos fiéis.

Em 1824 o Papa criou um Patriarcado para os Coptas Católicos que, porém, permaneceu no papel. Aqui situa-se o Patriarca Anba Maximos Givaid. Desde a morte do primeiro Patriarca, em 1831, até 1899 a Igreja foi governada por Bispos Administradores Apostólicos. Em 1895, o Papa Leão XIII escolhe como Administrador Apostólico o sacerdote Giorgio Makarios, o qual é sagrado bispo e assume o nome de Cirilo. Em peregrinação a Roma, solicita ao Papa e  dele obtém o restabelecimento do Patriarcado. Em 1899, Anba Kyrillos Makarios é elevado à condição de Patriarca, que ocupa até sua renúncia em 1908.

O Patriarcado teve um notável crescimento nos seus primeiros anos, seguidos de um período de grandes dificuldades. Durante os anos que vão da renúncia do Patriarca até 1947, a Igreja novamente é governada por Administradores Apostólicos. De 1947 até o presente sucederam-se cinco Patriarcas de Alexandria dos Coptas, três dos quais criados cardeais da Santa Igreja Romana.

O Rito da Igreja Copta católica é o Rito Alexandrino, o qual foi a razão de dissensão quando as autoridades pró-constantinopolitanas na Igreja Greco-Melquita de Alexandria o quiseram substituir pelo Rito Bizantino, por volta do século XIII. O Rito Alexandrino é compartilhado com os Coptas Ortodoxos do Egito, e com os Coptas, católicos e ortodoxos, da Etiópia e da Eritreia.

Está organizada em 9 Eparquias (Dioceses), entre as quais a de Alexandria, Sé Patriarcal. Além da Catedral de Alexandria, há uma Co-Catedral no subúrbio do Cairo, onde está estabelecido o Patriarca. Todas as jurisdições se localizam no Egito.

Governo

Sua Beatitude Anba Ibrahim Isaac Sidrak
Patriarca de Alexandria dos Coptas 




Nascimento: 19/08/1955 em Beni-Choqueir, no Egito.
Ordenação Sacerdotal: 7/02/1980
Sagração Episcopal: 15/11/2002 como Bispo de Minya dos Coptas.
Eleição Patriarcal: 15/01/2013.

Houve, na história da Igreja Copta Católica, três outros patriarcas revestidos da púrpura cardinalícia:






Patriarcado de Bagdá dos Caldeus




O Patriarcado de Bagdá dos Caldeus é a Sé Primacial da Igreja Caldeia, uma das 23 Igrejas Orientais Sui juris em comunhão com a Igreja de Roma.

A Igreja Caldeia tem suas origens na Assíria, milenar império mesopotâmico, norte do atual Iraque. Foi fundada nos primórdios do cristianismo por São Tomé, embora inexistisse uma hierarquia organizada até 280 com a escolha e sagração de Papa Bar Aggai como bispo de Seleucia-Ctesiphon e chefe da Igreja do Oriente sob o Império Persa. Em 409 recebeu reconhecimento do imperador sassânida e o bispo Mar Isaac foi oficialmente o primeiro Catholicós Patriarca do Oriente.

Com a condenação da heresia nestoriana no Iº Concílio de Éfeso (431), muitos seguidores de Nestório se refugiaram no Império Persa e foram recebidos pela Igreja Assíria do Oriente, assimilando igualmente aquela heresia. Manteve-se desde então separada da Igreja universal. Expandiu-se notavelmente pelo Oriente, chegando à costa da Índia, ao Império Mongol e à China. 

Com o massacre dos Assírios por Tamerlane no final do século XIV e a destruição de Assur, o Patriarcado se mudou para Alqosh e o Patriarca Mar Shimoun IV tornou o ofício de Patriarca hereditário. Um grupo de bispos dissentiu da decisão e, alguns anos depois, elegeu Mar Yukhannan Sulaqa como Patriarca, o qual assumiu o nome de Shimoun VIII. O Patriarca viajou para Roma e entrou em comunhão com a Igreja Católica em 1553, depois de ser recusado pelos siríacos ortodoxos. Assumiu o título de Patriarca dos Assírios Orientais e a Igreja o nome de Igreja de Athura e Mosul; a sede se fixou em Amid. 

Os sucessores de Shimoun VIII foram se afastando de Roma e o último patriarca formalmente reconhecido por Roma foi Shimoun IX falecido em 1600. Nesta data a sucessão hereditária foi reestabelecida e a sede mudou para Qochanis. Em 1692 o cisma se oficializou. Existia desde então dois patriarcas em cisma, o de Alqosh e o de Qochanis, mantendo alguma relação entre eles.

A comunhão com a Igreja Católica foi restabelecida em 1672 com Mar Yousip I, Arcebispo de Amid. A Santa Sé lhe concedeu o título de Patriarca dos Caldeus, embora não existisse qualquer relação dos cristãos assírios com os extintos caldeus. Tal situação se manteve até 1828, com a morte do Patriarca Yousip V.

O então Patriarca da Igreja Assíria, com sede em Alqosh, Yukhannan VIII Hormizd, fez uma profissão de fé católica já em 1780, foi recebido na comunhão católica em 1804, mas apenas em 1830 foi reconhecido como Patriarca de Babilônia dos Caldeus. Assume, então, o governo dos cristãos assírios de Alqosh e de Amid, permanecendo no cisma os de Qochanis.

Seu Rito, chamado impropriamente Caldeu, é o Rito Siríaco Oriental, compartilhado com a Igreja Siro-Malabar Católica da Índia e, em certa medida, pelas Igrejas cismáticas que compartilham a tradição siríaca oriental.

Em 19 de fevereiro de 2022, o Papa Francisco acolheu o pedido de mudança do título de "Patriarcado de Babilônia dos Caldeus" para "Patriarcado de Bagdá dos Caldeus".

Nos séculos XIX e XX experimentou inúmeras perseguições e, hoje, são cerca de 540 mil fiéis, e sua presença mais significativa acha-se na diáspora. Seu território próprio é o Iraque, o Irã e a Síria, e está organizada em 4 Arquidioceses Metropolitanas, 5 Arquidioceses e 11 Dioceses.

A sede patriarcal é em Bagdá, Arquieparquia Metropolitana própria do Patriarca. No Iraque, há ainda mais 1 Arquieparquia Metropolitana, 3 Arquieparquias e 3 Eparquias. Há, no Irã, 2 Arquieparquias Metropolitanas, 1 Arquieparquia; e 1 Eparquia; na Turquia, 1 Arquieparquia; no Líbano, no Egito e na Síria (1 Eparquia em cada país). A Terra Santa e Jordânia dependem diretamente do Patriarca.

Nos Estados Unidos há 2 Eparquias e 1 Eparquia no Canadá; e na Oceania, 1 Eparquia para a Austrália e Nova Zelândia

Governo

Sua Beatitude Eminentíssima Cardeal Louis Raphaël I Sako
Catholicós Patriarca de Babilônia dos Caldeus 



Nascimento: 4/07/1948, em Zakho, no Iraque.
Ordenação Sacerdotal: 1º/06/1974.
Sagração Episcopal: 14/11/2003 como Arcebispo Metropolita de Kirkuk dos Caldeus.
Eleição Patriarcal: 31/01/2013.
Cardinalato: 28/06/2018.

Site da Eparquia de San Diego/CA: http://kaldu.org/.

Patriarcado de Cilícia dos Armenos



O Patriarcado de Cilícia dos Armenos é a Sé primacial da Igreja Armena, uma das 23 Igrejas Orientais Sui juris em comunhão com a Igreja de Roma.

O cristianismo na Armênia foi plantado pelos Apóstolos São Bartolomeu e São Tadeu, e o Reino se tornou o primeiro a tornar o cristianismo religião oficial, já em 301 d.C., no tempo de São Gregório Iluminador, o primeiro Catholicós.

A Igreja Apostólica Armênia separou-se das Igrejas Católicas e Ortodoxas após o Concílio de Calcedônia (451 d.C). Desde então numerosos bispos buscaram restabelecer a comunhão com a Igreja universal sem, contudo, alcançar sucesso. Na época das cruzadas de 1195-1198, os armênios do breve Reino Armênio da Cilícia (atual Turquia) restabeleceram a comunhão com a Igreja Católica até a queda deste nas mãos dos mamelucos (1375). No Concílio de Basileia-Ferrara-Florença (1439) esta união foi restabelecida, sem qualquer efeito prático.

Uma terceira tentativa, esta sim frutífera, se deu em 1740 com a eleição de Apraham Bedros I Ardzivian como Patriarca de Sis, Cilícia. O Papa Bento XIV o reconheceu como líder dos armenos católicos e lhe concedeu o pálio, dando origem a um Patriarcado Armeno Católico. A situação instável dos armenos católicos no Império Otomano levou paulatinamente a um deslocamento da sua região de origem, na atual Turquia, para o Líbano e a Síria.

Para fugir do Holocausto Armeno, perpetrado pelos turcos, os armenos se estabeleceram nos países vizinhos, sobretudo no Líbano, cuja mosteiro Bzoummar remonta ao tempo do Patriarca Ardzivian, e na Síria.

A liturgia da Igreja Armena foi celebrada, nos primórdios, nos moldes e línguas dos gregos e dos siríacos. Uma vez criado, para a língua armena, um alfabeto, foi possível o desenvolvimento de uma liturgia própria, o Rito Armeno que, mantendo sua base antioquena, foi assumindo elementos da liturgia hierosolimitana. Os traços comuns, ainda hoje perceptíveis, entre o Rito Armeno e o Rito Romano se devem a esta herança da liturgia de Jerusalém.

O território do Patriarcado se estende por todo Oriente Cristão, com destaque para o Líbano e a Síria. Alguns remanescentes se acham ainda na Turquia e, em menor número, na Armênia. Por razões históricas há um grande número de armenos na diáspora.

Os armenos católicos, cerca de 570 mil, estão organizados em 1 Arquidiocese Metropolitana, 4 Arquidioceses, 6 Dioceses e 6 outras jurisdições menores.

A sede patriarcal fica em Beirute, no Líbano, Arquieparquia própria do Patricarca. Estão presentes na Síria (1 Arquieparquia, 1 Eparquia e 1 Exarcado Patriarcal), no Iraque (1 Arquieparquia), na Turquia (1 Arquieparquia), no Irã (1 Diocese) e na Terra Santa e Líbano (1 Exarcado Patriarcal).

A Diocese de Iskanderiya, no Cairo, atende aos fiéis do Egito, Sudão e Sudão do Sul. Na Europa, há 1 Arquieparquia (Lviv) para os fiéis na Ucrânia e Moldova; 1 Eparquia na França, 1 Ordinariato na Romênia, 1 Ordinariato na Grécia e 1 Ordinariato para os demais países da Europa Oriental, que inclui a própria Armênia.

Na América, há eparquias armenas nos Estados Unidos, no Canadá e na Argentina. Os armenos do Brasil, México e dos demais países do América Latina estão organizados sob um Exarcado Apostólico.


Governo

Sua Beatitude Raphaël Bedros XXI Minassian 
Catholicós Patriarca de Cilícia dos Armenos


Nascimento: 24/11/1946 em Beirute, no Líbano.
Ordenação Sacerdotal: 24/06/1973.
Sagração Episcopal: 16/07/2011 como Arcebispo titular e nomeado Ordinário para a Europa Oriental.
Eleição Patriarcal: 23/09/2021.

Site Oficial do Patriarcado: http://www.armeniancatholic.org/

terça-feira, 28 de julho de 2015

Patriarcado de Antioquia dos Greco-Melquitas


O Patriarcado de Antioquia dos Greco-Melquitas é a Sé Primacial da Igreja Greco-Melquita, uma das 23 Igrejas Orientais Sui juris em comunhão com a Igreja de Roma.

Nascida em Antioquia, a Igreja Greco-Melquita não é uma igreja nacional, embora intimamente ligada à Síria. O Patriarcado está associado também às sés patriarcais de Alexandria e Jerusalém.

A Igreja de Antioquia, na atual Turquia, é considerada a Igreja dos gentios mais antiga do mundo, segundo São Lucas, ele próprio um sírio de língua grega. Ali os discípulos do Senhor receberam, pela primeira vez, o nome de cristãos.  A de Jerusalém, por outro lado, era formada basicamente por judeus conversos. Os Apóstolos São Pedro e São Paulo são considerados os fundadores da Igreja, tendo sido São Pedro seu primeiro bispo. Antes de partir para Roma, São Pedro deixou os Santos Evódio e Inácio como chefes, tendo ambos perecido debaixo da perseguição romana.

No primeiro Concílio de Niceia (325) é reconhecida a importância do bispo de Antioquia e à Sé é conferida a condição de Patriarcado, juntamente com Roma, Alexandria e Jerusalém.

A proeminência da Igreja de Antioquia tornou ainda mais dramática a disputa em torno da profissão de fé calcedoniana. Em 518, o Patriarca Mar Severius de Antioquia, anti-calcedoniano, foi deposto e procurou refúgio em Alexandria.

Um Patriarca calcedoniano, Paulo, manteve a sucessão dos Patriarcas de Antioquia, cuja Igreja passa a ser conhecida como Greco-Melquita. Tornou-se conhecida pelo nome "grego", em razão de sua vinculação ao Império Romano, de língua grega, e pelo de "melquita" (real), em razão de sua posição teológica em favor do imperador no Concílio de Calcedônia. Tal alcunha tinha caráter pejorativo e lhe foi dada pelos hereges monofisitas. 

A ligação com o Império Bizantino lhe daria uma liturgia própria, o Rito Bizantino, que se sobrepôs ao seu Rito Antioqueno original.

Depois do Grande Cisma, os Melquitas procuraram manter equidistância entre as Sés de Roma e de Constantinopla. Mas tal atitude mudou e o Patriarca se alinhou sempre mais com Constantinopla, rompendo assim a comunhão com a Igreja de Roma.  Tentativas infrutíferas foram feitas para se restabelecer a comunhão, entre elas, o Concílio de Basileia-Ferrara-Florença.

Em 1724, os bispos melquitas da Síria elegeram Cirilo VI Tanas como Patriarca. Considerado muito ocidental, foi deposto pelo Patriarca de Constantinopla, o qual nomeou um monge grego como Patriarca. Desde então passou a haver dois Patriarcas para aquela Sé, o Greco-Melquita e o Greco-Ortodoxo.

Em 1729, o Papa Bento XIII reconheceu Cirilo VI como legítimo Patriarca de Antioquia e a Igreja Greco-Melquita de Antioquia voltou à comunhão com a Igreja universal. Os cismáticos se constituíram numa Igreja vinculada a Constantinopla e renunciaram à identificação de melquita em favor de greco-ortodoxa.

O Patriarca Greco-Melquita, em comunhão com a Igreja de Roma, considera-se também o legítimo hierarca dos greco-melquitas de Alexandria e Jerusalém.

Também a Igreja Siríaca Católica e a Igreja Maronita tem suas origens na antiga Sé de Antioquia.

O território próprio do Patriarcado é todo o Oriente Cristão e o mundo árabe. Compreendem cerca 1 milhão e 600 mil fiéis, presentes também na Diáspora. Está organizada em 6 Arquidioceses Metropolitanas, 8 Arquidioceses, 5 Dioceses e 5 jurisdições menores.

A sede patriarcal fica em Damasco, na Síria, Arquieparquia própria do Patriarca. Ainda na Síria, há 3 outras Arquieparquias Metropolitanas e 1 Arquieparquia. No Líbano, há 2 Arquieparquias Metropolitanas e 5 Arquieparquias; Em Israel, 1 Arquieparquia, sendo Jerusalém um território dependente diretamente do Patriarca; na Jordânia, 1 Arquieparquia; Há 3 Exarcados Patriarcais, sendo cada um deles no Iraque, na Turquia e no Kuwait.

Na Oceania, há uma Diocese, com sede em Sydney, para Austrália e Nova Zelândia. Na África, os territórios do Egito, Sudão e Sudão do Sul dependem diretamente do Patriarca.

Na América, há 1 Eparquia nos Estados Unidos, 1 Eparquia no Canadá; 1 Eparquia no México; 1 Exarcado Apostólico na Argentina e 1 Exarcado Apostólico na Venezuela.

No Brasil, os melquitas contam com a Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso, em São Paulo, e cerca de 440 mil fiéis.

Governo

Sua Beatitude Patriarch Youssef Absi  
Patriarca de Antioquia dos Greco-Melquitas


Nascimento: 20/06/1946, em Damasco, Síria.
Ordenação Sacerdotal: 06/05/1973.
Sagração Episcopal: 2/09/2001 como Arcebispo titular e nomeado para a Cúria Patriarcal; em 2014, se tornou Bispo Auxiliar da Arquieparquia de Damasco.
Eleição Patriarcal: 20/06/2017.

Site Oficial do Patriarcado: http://www.pgc-lb.org/

Patriarcado de Antioquia dos Maronitas



O Patriarcado de Antioquia dos Maronitas é a Sé primacial da Igreja Maronita, uma das 23 Igrejas Católicas Orientais Sui juris em comunhão com a Igreja de Roma.

A Igreja foi fundada por um monge siríaco, São Maron, amigo de São João Crisóstomo, que deixando a cidade de Antioquia se estabeleceu no deserto da Síria. Em razão da violência que se seguiu ao Concílio de Calcedônia, os monges discípulos de São Maron buscaram refúgio no Líbano. O patriarcado foi instituído no século VII, tendo São João Maron como primeiro Patriarca.

É uma das três Igrejas orientais católicas que se vinculam ao antigo Patriarcado de Antioquia, juntamente com a Igreja Greco-Melquita e a Igreja Siríaca. A Igreja Maronita alega jamais ter rompido a comunhão com a Igreja de Roma, embora tenha se mantido isolada por razões históricas durante muitos séculos. É a única das Igrejas orientais católicas que não possui uma contraparte ortodoxa.

Usa o Rito Maronita, uma versão do antigo Rito Antioqueno ou Siríaco Ocidental. Sofreu inúmeras influências do Rito Romano ou Ocidental.

São aproximadamente 3 milhões e 400 mil maronitas, formando a terceira Igreja oriental em número, superada apenas pelos Ucranianos e Malabares. Conta com 8 Arquidioceses e 17 Dioceses localizadas nos cinco continentes.

A sede patriarcal fica em Bkerké, no Líbano, onde está canonicamente erigida a Diocese de Jebbeh-Sarba-Jounieh, governada pelo Patriarca. No Líbano, existem 4 Arquidioceses e 6 dioceses, com cerca de 1 milhão e 400 mil fiéis.

Na diáspora, há aproximadamente 2 milhões de maronitas. Estão presentes na Terra Santa e Jordânia (1 Arquidiocese e 2 Exarcados Patriarcais), na Síria e Turquia (2 Arquidioceses e 1 Diocese) e em Chipre (1 Arquidiocese). Também com 1 Diocese no Cairo, com jurisdição no Egito, Sudão e Sudão do Sul, e 1 Diocese na Nigéria, com jurisdição sobre toda África. Na Europa, a única diocese está na França, com sede em Paris; e na Oceania, apenas 1 Diocese, em Sydney na Austrália. 

Já, na América, existem 2 Dioceses nos Estados Unidos, 1 Diocese no Canadá, 1 Diocese no México, 1 Diocese na Argentina e 1 Exarcado Apostólico na Colômbia.

No Brasil, os Maronitas estão sob a jurisdição da Diocese de Nossa Senhora do Líbano em São Paulo, que conta com cerca de 500 mil fiéis.

Governo

Sua Beatitude Eminentíssima o senhor Cardeal Mar Bechara Boutros al-Rahi 
Patriarca de Antioquia dos Maronitas




Nascimento: 25/02/1940 em Himlaya, Líbano.
Ordenação Sacerdotal: 3/09/1967.
Sagração Episcopal: 12/07/1986, como Bispo Auxiliar de Antioquia; promovido a Bispo de Jbeil em 9/06/1990 e eleito Patriarca em 15/03/2011. 
Eleição Patriarcal: 15/03/2011
Cardinalato: 24/11/2012.

Site Oficial do Patriarcado: http://www.bkerke.org.lb/

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Panorama do Catolicismo Oriental

As Igrejas Orientais Católicas são um conjunto de Igrejas Particulares de Rito Oriental que estão em comunhão com o Papa, Bispo de Roma. São Igrejas Católicas, mas não Romanas. Estão presentes tanto no seu ambiente original, o Oriente Cristão, quanto no Extremo Oriente e na diáspora.

Sua identidade se caracteriza por um conjunto de tradições eclesiais próprias, que vão muito além do aspecto meramente litúrgico, a que chamamos Ritos. Esses Ritos tiveram origem nas antigas Sedes Apostólicas, se expandiram pelo labor missionário e se estabeleceram em novas paragens, levados pelos migrantes. São eles o Rito Alexandrino, o Rito Siríaco Ocidental, Antioqueno e Maronita, o Rito Siríaco Oriental, o Rito Bizantino e o Rito Armeno.

As Igrejas Orientais se distinguem quanto ao estatuto canônico, o qual determina também seu grau de autonomia jurisdicional. Podem se organizar como Patriarcados, Arquidioceses Maiores, Metropolias, Eparquias ou ainda jurisdições menores. Onde não há uma hierarquia oriental estabelecida, os fiéis orientais são governados por um ordinário latino nomeado pela Santa Sé.

Para uma visão geral, oferecemos uma lista de Igrejas Orientais, com números aproximados. O número de católicos orientais aproxima-se de 20 milhões de fiéis.

I - Patriarcados

1. Igreja Maronita, de Rito Maronita (Antioqueno ou Siríaco Ocidental), com 3.400.000 fiéis.
2. Igreja Greco-Melquita, de Rito Bizantino, com 1.670.000 fiéis.
3. Igreja Armena, de Rito Armeno, com 567.000 de fiéis.
4. Igreja Caldeia, de Rito Siríaco Oriental, com 537.000 fiéis.
5. Igreja Siríaca, de Rito Antioqueno ou Siríaco Ocidental, com 266.000 fiéis.
6. Igreja Copta, de Rito Alexandrino, com 167.000 fiéis.

II - Arquidioceses Maiores

1. Igreja Ucraniana, de Rito Bizantino, com 4.470.000 fiéis.
2. Igreja Siro-Malabar, de Rito Siríaco Oriental, com 3.900.000 fiéis.
3. Igreja Romena, de Rito Bizantino, com 513.000 fiéis.
4. Igreja Siro-Malankar, de Rito Antioqueno ou Siríaco Ocidental, com 440.000 fiéis.

III - Metropolias

1. Igreja Rutena, de Rito Bizantino, com 574.000 fiéis.
2. Igreja Húngara, de Rito Bizantino, com 326.000 fiéis.
3. Igreja Eslovaca, de Rito Bizantino, com 234.000 fiéis.
4. Igreja Eritreia, de Rito Alexandrino, com 123.000 fiéis. 
5. Igreja Etíope, de Rito Alexandrino, com 83.000 fiéis.

IV - Eparquias

1. Igreja Ítalo-Albanesa, de Rito Bizantino, com 55.000 fiéis.
2. Igreja Croata, de Rito Bizantino, com 23.000 fiéis.
3. Igreja Macedoniana, de Rito Bizantino, com 12.000 fiéis.
4. Igreja Búlgara, de Rito Bizantino, com 10.000 fiéis.

V - Outras Jurisdições

1. Igreja do Cazaquistão e da Ásia Central, de Rito Bizantino (Administração Apostólica), com 11.000 fiéis.
2. Igreja Bielorrussa, de Rito Bizantino (Administração Apostólica), com 10.000 fiéis.
3. Igreja Grega, de Rito Bizantino (Exarcados Apostólicos), com 6.000 fiéis.
4. Igreja Russa, de Rito Bizantino (Exarcado Apostólico), número de fiéis não informado.


Igrejas Orientais Católicas

Estas são as Igrejas Sui juris estão distribuídas segundo sua tradição litúrgica.



Tradição Alexandrina

Patriarcado de Alexandria dos Coptas (1824)
Metropolia de Addis Abeba dos Etíopes (1951)
Metropolia de Asmara dos Eritreus (2015)

Tradição Caldeia ou Siro-Oriental

Patriarcado de Bagdá dos Caldeus (1553)
Arquidiocese Maior de Ernakulam-Angamaly dos Siro-Malabares (1896)

Tradição Armena

Patriarcado de Cilícia dos Armenos (1742)

Nota:

Os católicos orientais que se acham fora do território canônico das Igrejas Sui juris e que não contam com hierarcas próprios são pastoralmente organizados em Ordinariatos e servidos por Bispos do Rito Latino, imediatamente sujeitos à Sé Apostólica de Roma. Seja pelo número diminuto de fiéis, seja pela variedade das tradições rituais, não estão integrados em suas respectivas Igrejas Sui juris. São eles:

Ordinariato da Áustria de Rito Oriental (1945)
Ordinariato para os Fiéis de Ritos Orientais no Brasil (1951)
Ordinariato dos Fiéis de Rito Oriental Residentes na França (1954)
Ordinariato para os Fiéis de Ritos Orientais na Argentina (1959)
Ordinariato para os Fiéis de Rito Oriental na Polônia (1981)
Ordinariato para os Fiéis de Ritos Orientais na Espanha (2016)

Neste link se encontra uma visão panorâmica das Igrejas Orientais Católicas, organizadas segundo seu status canônico.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Falecimento do Cardeal BAUM

Faleceu hoje, em Washington, o senhor Cardeal William Wakefield Baum, aos 88 anos. O Sacro Colégio dos Cardeais passa a contar com 219 purpurados, dos quais 120 são eleitores e 99 não-eleitores.

Sua Eminência Reverendíssima William Wakefield Cardeal Baum
Arcebispo Metropolita Emérito de Washington
Penitenciário-Mor Emérito


Nascimento: 21/11/1926, em Dallas - EUA.
Educação: Pontifício Ateneu Angélico (doutorado em teologia).
Sacerdócio: 12/05/1951 para a Diocese de Kansas City.
Ministério Pastoral: professor; trabalhos paroquiais; serviço no tribunal eclesiástico; chanceler da cúria.
Episcopado: 6/04/1970 como Bispo de Springfield-Cape Girardeau; promovido a Arcebispo de Washington em 5/03/1973; renunciou ao governo da Arquidiocese em 18/03/1980 e foi nomeado Prefeito da Congregação para a Educação Católica; transferido como Penitenciário-Mor em 6/04/1990; renunciou ao posto em 22/11/2001.
Cardinalato: 24/05/1976 com o título de Santa Cruz "in Via Flaminia".

Participou dos conclaves que elegeram o Papa João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI.
Perdeu o direito de eleger o Pontífice Romano em 21/11/2006, quando completou 80 anos de idade.

Falecimento: 23/07/2015, em Washington - EUA.

sábado, 11 de julho de 2015

Falecimento do Cardeal BIFFI

Faleceu hoje, em Bolonha, o senhor Cardeal Giacomo Biffi, aos 87 anos. O Sacro Colégio dos Cardeais passa a contar com 220 purpurados, dos quais 120 são eleitores e 100 não-eleitores.

Sua Eminência Reverendíssima Giacomo Cardeal Biffi
Arcebispo Metropolita Emérito de Bologna


Nascimento: 13/06/1928, em Milão - Itália.
Educação: Seminário Arquiepiscopal de Venegono (doutorado em teologia).
Sacerdócio: 23/12/1950 para a Arquidiocese de Milão.
Ministério Pastoral: professor; pároco.
Episcopado: 11/01/1976 como Bispo Auxiliar de Milão; promovido a Arcebispo de Bolonha em 19/04/1984; renunciou ao governo da Arquidiocese em 16/12/2003.
Cardinalato: 25/05/1985 com o título de São João Evangelista e São Petrônio.

Participou do conclave que elegeu o Papa Bento XVI.
Perdeu o direito de eleger o Pontífice Romano em 13/06//2008, quando completou 80 anos de idade.

Falecimento: 11/07/2015, em Bolonha - Itália.