quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Cardeais Finlandeses

 


A Finlândia, Suomi no idioma local, é um país nórdico de 5 milhões e 600 mil habitantes, cuja capital é Helsinki. 

A região é habitada desde o ano 9.000 a.C, no final da última Era de Gelo. Durante a Idade da Pedra várias culturas emergiram, enquanto na Idade do Bronze e na Idade do Ferro ocorreram interações com outras culturas nórdicas e bálticas. Uma forma primitiva de língua fínica surgiu por volta do ano 1.900 a.C.

No século XIII, a Finlândia se tornou parte do Império da Suécia, como resultado das Cuzadas Livônias. A costa da Finlândia foi colonizada pelos cristãos da Suécia, colocando a Finlândia sob a influência da cultura ocidental e da Igreja Católica. 

Em 1809, formou-se o Grão-Ducado da Finlândia, como Estado autônomo, governado pelo Império Russo. Em 1917, a Finlândia declarou sua completa independência, como uma República presidencialista.

Introdução do Cristianismo

Os indícios mais antigos da presença cristã na região datam do século IX e consistem em vestígios encontrados em cemitérios arqueológicos. Provavelmente, essa primeira presença se deveu aos cristãos de tradição oriental.

No século XII, o cristianismo já era dominante na região de Turku, onde o mártir Santo Henrique fundou a primeira Diocese e se tornou seu bispo.

A Diocese de Torku ou Åbo, fundada em 1164 como sufragânea da Arquidiocese de Uppsala, foi extinta em 1522 em consequência da reforma protestante. Estavam presentes os dominicanos, franciscanos e as religiosas de Santa Brígida. A diocese seguia o Rito Dominicano na sua liturgia. 

Reforma Protestante

Com a imposição do luteranismo pelo rei sueco Gustav Vasa (1527), foi nomeado um bispo luterano para Torku, o Vigário Geral da província dominicana da Dácia, Martinus Johannis Skytte, que manteve as antigas formas católicas.

A reforma doutrinal ocorreu sob o Mikael Agricola, discípulo direto de Lutero em Wittenberg, e bispo luterano de Torku de 1554 a 1557. Agricola traduziu a Bíblia e confeccionou a liturgia em finlandês, e também manteve alguns costumes católicos.

Com a criação do Grão-Ducado da Finlândia, a Diocese de Torku se tornou independente da Igreja luterana da Suécia. Foi elevada à Arquidiocese Metropolitana e, juntamente com a Diocese de Porvoo, formou a Igreja luterana da Finlândia.

Em 1869, a Igreja luterana separou-se do Estado, passando a ser governada por um Sínodo. Em 1889, foi legalizada a liberdade de culto a outras Igrejas cristãs. Em 1919, a nova República declarou-se não-confessional e ampliou a liberdade religiosa.

Atualmente, 65% dos finlandeses pertencem à Igreja luterana da Finlândia (cerca de 3 milhões e 600 mil fiéis).

Igreja Ortodoxa Finlandesa

Provavelmente, o cristianismo oriental foi o primeiro a chegar ao território da Finlândia já no século IX. Essas raízes, entretanto, se perderam com a chegada dos cruzados no século XII.

Houve na Karelia uma maioria ortodoxa de etnia russa que, porém, reduziu-se com a conquista da região pela Finlândia. Os remanescentes ortodoxos em território finlandês permaneceu pertencendo à Igreja Ortodoxa Russa até 1923.

Nesse ano, tornou-se uma Igreja autônoma sob o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla. Compõe-se de 3 dioceses e de apenas 55 mil fiéis (1% da população), a despeito dos esforços do Império Russo que dominou o país por mais de 100 anos. Há um pequeno número de fiéis (cerca de 3 mil) sob a jurisdição da Igreja Ortodoxa Russa.

Renascimento da Igreja Católica

Desde a reforma protestante, as primeiras liturgias católicas foram celebradas na Finlândia em 1796, por Paolo Moretti, Vigário Apostólico da Suécia. Em 1799, foi criada a primeira paróquia em Viipuri (atual Vyborg na Rússia).

Em 1830 já havia cerca de 3 mil católicos, servidos por frades dominicanos da Lituânia e sob jurisdição da Arquidiocese Metropolitana de Mohilev (então parte do Império Russo). Em 1856, foi fundada a Paróquia de Santo Henrique em Helsinki.

Em 1882 os padres e freiras alemães foram expulsos do país e, em 1912, todos os demais religiosos estrangeiros.

Em 1920, foi estabelecido o Vicariato Apostólico da Finlândia, governado por dois bispos holandeses. Foi criada uma paróquia em Torku (1926) e outra em Terijoki (1927). Em 1929, o governo conferiu status legal à Igreja Católica e, em 1942, foram estabelecidas relações diplomáticas com a Santa Sé.

Com o fim da II Guerra Mundial, as paróquias de Viipuri e Terijoki (que passaram à URSS) forma transferidas para Lahti, e uma foi criada em Jyväskylä. Mais uma paróquia foi criada em Helsinki (1954), alcançando um total de 5 paróquias em todo o país.  

Em 1920, foi criada a Diocese de Helsinki, cuja jurisdição cobre todo o país. A Igreja Catedral de Helsinki conserva as relíquias de Santo Henrique, que antes se encontravam na Catedral Luterana de Turku.

O bispo emérito de Helsinki, Dom Teemu Jyrki Juhani Sippo, SCJ (2009-2019), foi o primeiro finlandês ordenado bispo desde a reforma protestante. 

Atualmente há cerca de 17 mil católicos registrados no país e estimadados 10 mil sem registro (0,5% da população), distribuídos em 8 paróquias.

A jurisdição da Diocese de Helsinki se estende às Ilhas Åland, região autônoma de língua sueca. Não há paróquias nas Ilhas, mas duas igrejas que servem à diminuta comunidade católica na capital Mariehamn. As belas igrejas medievais pertencem à Igreja luterana da Finlândia.

Jamais um finlandês foi elevado à púrpura cardinalícia.


 

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