domingo, 15 de junho de 2025

Cardeal Sarah completa 80 anos

Sua Eminência Reverendíssima o senhor Cardeal Robert Sarah, Arcebispo Metropolita Emérito de Conakry e Prefeito Emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, completa hoje 80 anos.

Conforme determinação do Papa Paulo VI, no Motu proprio "Ingravescentem aetatem", de 21/11/1970, perdeu automaticamente o direito de participar do conclave para a eleição do Romano Pontífice.

Nesta data, o Sacro Colégio dos Cardeais passa a contar com 251 purpurados, 132 dos quais são eleitores e 119 não-eleitores. 

domingo, 25 de maio de 2025

Leão XIV assume a Cátedra Romana




Na tarde deste VI Domingo de Páscoa o Santo Padre Papa Leão XIV tomou posse da Cátedra Romana na Igreja Catedral da Diocese de Roma, a Arquibasílica do Santíssimo Salvador e dos Santos João Batista e João Evangelista no Latrão, ECCLES OMNIUM VRBIS ET ORBIS ECCLESIARVM MATER ET CAPUT, Igreja Mãe e Cabeça de todas as Igrejas da Cidade e do mundo.


Blog Crônica do Pontificado de Leão XIV

Nosso outro blog que acompanha o dia a dia do Pontificado do Santo Padre Leão XIV. Um pequeno gesto de amor filial ao Sucessor do Apóstolo São Pedro.

https://leaoxiv.blogspot.com/ 

sábado, 24 de maio de 2025

Cardeal Tagle recebe o título da Igreja Suburbicária de Albano

O Santo Padre Papa Leão XIV atribuiu o Título da Igreja Suburbicária de Albano ao Eminentíssimo senhor Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização na Seção para a primeira Evangelização e as novas Igrejas Particulares.

domingo, 18 de maio de 2025

Santa Missa de Início do Pontificado de Leão XIV

Neste domingo, com a solene Celebração Eucarística no átrio da Basílica Vaticana, o Santo Padre Papa Leão XIV, Bispo de Roma, inicia, oficialmente, seu Ministério como sucessor do apóstolo São Pedro e Pastor da Igreja Católica. O rito compreende vários momentos de grande valor simbólico, nos quais são ressaltadas as insígnias do Sumo Pontífice: o Pálio e o Anel do Pescador.

O Pálio

O Pálio é um paramento litúrgico, tecido com lã de cordeiros, que recorda o Bom Pastor, com a ovelha perdida em seus ombros, e a tripla resposta de Pedro ao pedido de Jesus ressuscitado para apascentar suas ovelhas e cordeiros. Trata-se de uma faixa estreita, colocada nos ombros, sobre a casula; tem duas abas pretas, penduradas na frente e atrás, decorada com seis cruzes pretas de seda - uma em cada extremidade, que desce sobre o peito e as costas, e quatro sobre o anel, que pousa sobre os ombros; - é decorado, na frente e atrás, com três alfinetes (acículas), representando os três pregos da Cruz de Cristo.

O Anel do Pescador

O Anel do Pescador tem o valor específico de um anel de sinete, que autentica radicalmente a fé, tarefa confiada a Pedro para confirmar seus irmãos. Chama-se “Anel do Pescador” porque Pedro era o Apóstolo que, ao confiar nas palavras de Jesus, arrastou as redes da pesca milagrosa para a terra firme.

Diante do sepulcro de São Pedro

A liturgia começa dentro da Basílica Vaticana. O novo Pontífice Romano desce ao Sepulcro de São Pedro, junto com os Patriarcas das Igrejas Orientais. Ali permanece em oração e, depois, o incensa. Este gesto recorda o estreito vínculo do Bispo de Roma com o Apóstolo Pedro e seu martírio, no mesmo lugar onde o primeiro Vigário de Cristo professou a sua fé, com seu próprio sangue, junto com muitos outros cristãos, que, com ele, deram o mesmo testemunho. A seguir, se dirige, em procissão, para o Altar da Santa Missa, no átrio da Praça São Pedro.

No átrio da Basílica Vaticana

O coro canta as Laudes Regiæ - canto das ladainhas - com a invocação da intercessão dos santos Pontífices, mártires e santos e santas da Igreja Romana. Sobre o portão central da Basílica Vaticana está pendurada a tapeçaria da pesca milagrosa, que representa o diálogo entre Jesus e Pedro, mencionado, explicitamente, na Liturgia da Palavra e nos textos da celebração. Ao lado do altar está colocada a efígie de Nossa Senhora do Bom Conselho. Assim, prossegue o rito com a bênção e aspersão de água benta, como um Domingo de Páscoa. Por fim, o coro entoa o canto do Glória, seguido da oração da Coleta, com referência ao plano do Pai de edificar sua Igreja sobre Pedro.

Liturgia da Palavra

Aqui, começa então a Liturgia da Palavra. A Primeira Leitura refere-se a uma passagem dos Atos dos Apóstolos (At 4,8-12), em que Pedro anuncia que “Cristo é a pedra descartada pelos construtores"; a seguir, o Salmo Responsorial (Sl 117 [118]) retoma o tema da “pedra” – “A pedra descartada pelos construtores tornou-se a pedra angular”; enquanto, a Segunda Leitura, extraída da Primeira Carta de Pedro (1 Pd 5, 1-5.10-11), trata do vínculo entre Pedro, a Igreja de Roma e o ministério do seu Sucessor. Por fim, o Evangelho de São João, proclamado em latim e grego (Jo 21,15-19), recorda o tríplice pedido de Jesus a Pedro de apascentar "seus cordeiros" e "suas ovelhas". Este é um dos textos que, segundo a tradição, estabelece a tarefa especial e pessoal conferida a Pedro, no grupo dos Doze apóstolos.

Imposição das insígnias Episcopais Petrinas

Após a proclamação do Evangelho, três cardeais das três ordens e de diferentes continentes aproximam-se de Leão XIV: o primeiro, impõe-lhe o Pálio; o segundo, pede, com uma oração especial, a presença e a assistência do Senhor ao Papa; o terceiro, também pronuncia uma oração, invocando Cristo, - "pastor e bispo das nossas almas", que edificou a Igreja sobre a rocha de Pedro e pelo próprio Pedro foi reconhecido como "Filho do Deus vivo", - para que seja Ele próprio a entregar o Anel de sinete do Pescador ao novo Pontífice; depois, o Anel do Pescador lhe é entregue. O rito conclui-se com a oração ao Espírito Santo, para que enriqueça o novo Pontífice com a força e a mansidão, a fim de manter os discípulos de Cristo na unidade da comunhão. Enfim, o Papa abençoa a assembleia com o Livro dos Evangelhos, enquanto o coro aclama, em grego: “Ad multos annos!”

O rito da obediência

Após o rito simbólico de “obediência”, prestado ao Papa por doze representantes de todas as categorias do Povo de Deus, provenientes de várias partes do mundo, a celebração prossegue com a homilia do Pontífice e o canto do “Credo”, seguido da Oração dos Fiéis. Reza-se ao Senhor pela Igreja, espalhada por toda a terra; pelo Pontífice Romano, que inicia seu ministério; pelos que têm responsabilidades de governo; pelos que se encontram em sofrimento e dificuldades e pela própria assembleia.

Liturgia Eucarística

O coro entoa o canto do ofertório “Tu es pastor ovium”, reza-se a oração sobre as ofertas do pão e do vinho, pedindo a Deus para que, através do ministério missionário da Igreja, os frutos da redenção possam se estender ao mundo inteiro. O Papa pronuncia o “Cânon Romano” e, em seguida, realiza-se o rito da comunhão, no final do qual o Pontífice pede a Deus, que confirme a Igreja na unidade e na caridade e que ele também seja salvo e protegido, junto com o rebanho a ele confiado.

Ritos de conclusão

Ao término da Santa Missa, o Papa canta o “Regina Coeli”, concede a Bênção solene, que retoma a imagem bíblica da videira e da vinha, aplicada à Igreja, para que o Senhor “assista” e “proteja” a videira e a vinha, que plantou, e que seu rosto redentor “resplandeça” sobre todos.


sexta-feira, 16 de maio de 2025

Cardeal Osoro Sierra completa 80 anos

Sua Eminência Reverendíssima o senhor Cardeal Carlos Osoro Sierra, Arcebispo Metropolita Emérito de Madri, completa hoje 80 anos.

Conforme determinação do Papa Paulo VI, no Motu proprio "Ingravescentem aetatem", de 21/11/1970, perdeu automaticamente o direito de participar do conclave para a eleição do Romano Pontífice.

Nesta data, o Sacro Colégio dos Cardeais passa a contar com 251 purpurados, 133 dos quais são eleitores e 118 não-eleitores. 

domingo, 11 de maio de 2025

Reabertura do Palácio Apostólico

Nesta manhã, ao término da recitação do Regina Caeli da Loggia das Bênçãos, o Santo Padre Leão XIV - na presença do Camerlengo da Santa Igreja Romana, S. Emª Cardeal Kevin Joseph Farrell, do Secretário de Estado, S. Emª Cardeal Pietro Parolin, do Substituto para Assuntos Gerais, S. Exª Dom Edgar Peña Parra, do Secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, S. Exª Dom Paul Richard Gallagher, e do Regente da Casa Pontifícia, Mons. Leonardo Sapienza - reabriu o apartamento papal do Palácio Apostólico, removendo os selos fixados na tarde de 21 de abril de 2025, em seguida à morte do Papa Francisco.


sexta-feira, 9 de maio de 2025

Comunicado sobre a Cúria Romana

Sua Santidade Leão XIV expressou sua vontade de que os Chefes e os Membros das Instituições da Cúria Romana, bem como os Secretários e o Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, prossigam provisoriamente nos respectivos encargos donec aliter provideatur.

O Santo Padre deseja, com efeito, reservar-se um certo tempo para reflexão, oração e diálogo, antes de qualquer nomeação ou confirmação definitiva.


quinta-feira, 8 de maio de 2025

Primeiros compromissos do Papa Leão XIV

Amanhã, 9 de maio, às 11h (6h no Brasil), o Papa Leão XIV celebrará a Santa Missa com os Cardeais na Capela Sistina. Será transmitida ao vivo pelos canais de mídia vaticanos. Em seguida, Domingo, 11 de maio às 12h (7h no Brasil), o novo Bispo de Roma recitará a oração Regina Caeli da Loggia central da Basílica de São Pedro. Segunda, 12 de maio, às 10h (5h no Brasil), encontrará na Aula Paulo VI todos os operadores dos meios de comunicação acreditados junto à Sala de Imprensa da Santa Sé que cobriram os eventos das últimas semanas.


Papa Leão XIV

Sua Santidade o Papa Leão XIV

Bispo de Roma

Patriarca do Ocidente

Sumo Pontífice

Servo dos Servos de Deus

 


Nascimento: 14/09/1955, em Chicago - Estados Unidos da América.

Educação: Bacharel em Matemática pela Universidade de Villanova; Master in Divinity pela Catholic Theological Union de Chicago; Mestrado e Doutorado em Direito Canônico pelo Pontifício Colégio Santo Tomás de Aquino

Sacerdócio: 19/06/1982 para a Ordem de Santo Agostinho.

Ministério Pastoral: Missionário no Peru; Pároco; Professor e Reitor de Seminário; Diretor do Ofício de Vocações; Chanceler Diocesano; Juiz Eclesiástico; Prior Geral.

Episcopado: 12/12/2014 como Bispo titular e nomeado Administrador Apostólico de Chiclayo; promovido a Bispo de Chiclayo em 26/09/2015; elevado a Arcebispo ad personam e nomeado Prefeito do Dicastério para os Bispos em 30/01/2023.

Cardinalato: 30/09/2023, para a Diaconia de Santa Mônica; promovido a Cardeal-Bispo da Igreja Suburbicária de Albano em 6/02/2025.

Sumo Pontificado: 8/05/2025.

Temos novo Papa




Annuntio vobis gaudium magnum: habemus Papam!

Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum,

Dominum Robertum Franciscum 

Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Prevost

Qui sib nomen imposuit Leonem Decimum Quartum 


Eu vos anuncio uma grande alegria: temos Papa!
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor,
Senhor Robert Francis
da Santa Igreja Romana Cardeal Prevost
Que escolheu para si o nome de Leão XIV


 

quarta-feira, 7 de maio de 2025

Exercício de futurologia sobre a dinâmica do Conclave

Mantendo-se a publicação original (Conclave 2025 - Apostas, 31/05/2024), agora se faz um exercício de futurologia sobre a dinâmica do Conclave e o resultado que se imagina possível. Nunca é demais recordar que um conclave não se submete às regras de experiência próprias de eleições para governos seculares e que, portanto, a total surpresa é sempre possível.

POSIÇÃO DE LARGADA

Dois nomes partirão na frente, ambos com características mais diplomáticas, entre os que desejam a continuidade explícita de Francisco, Parolin, ou a retomada das prioridades de São João Paulo II e Bento XVI, Erdö. Nesses mesmos campos também há dois cardeais mais ostensivos, Tagle e Sarah

Nenhum deles alcançará os 2/3 dos votos.

SEGUNDA TENTATIVA

Os italianos continuístas tentarão Zuppi e o campo restaurador avançará com Ambongo Besungu. Surgirão, à margem, os nomes de Gugerotti e Turkson. Sem sucesso.

SOLUÇÃO

Feitas as experiências anteriores aparecerão os nomes definitivos: Pizzaballa e Arborelius, com menor adesão, e os finalistas Eijk e Aveline.

A escolha do Blog sempre foi o Patriarca de Jerusalém, mas a grande aposta é a vitória do campo continuísta, com a eleição do Arcebispo de Marselha, Cardeal Jean-Marc Noël Aveline, que, segundo várias fontes, se faria chamar João XXIV.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Fumaça Branca

Um dos sinais mais estritamente associados à eleição do novo Papa é a fumaça branca que sai da chaminé instalada no topo da Capela Sistina. Nos próximos dias, os olhos da cristandade estarão voltados para aquela chaminé.

Não se sabe o dia e a hora em que habebimus papam, mas se sabe que haverá dois escrutínios pela manhã e dois à tarde. Portanto, ao final de cada escrutínio é possível que a fumaça seja branca.

Os horários aproximados são 10h30min, 12h, 17h30min e 19h, hora de Roma. No horário de Brasília, serão 5h30min, 7h, 12h30min e 14h.

Ou nos despertaremos sobressaltados com o Papa eleito ou teremos uma indigestão. Ou não!

Comunicado da Santa Sé

Nós, Cardeais da Santa Igreja Romana, reunidos em Congregação Geral antes do início do Conclave, constatamos com pesar que não foram feitos progressos no processo de paz na Ucrânia, no Oriente Médio e em tantas outras partes do mundo; ao contrário, intensificaram-se os ataques especialmente em detrimento da população civil. Formulamos um vivo apelo a todas as partes envolvidas a fim de que se alcance o quanto antes um cessar-fogo permanente e se negocie, sem precondições e ulteriores protelações, a paz longamente desejada pela população afetada e pelo mundo inteiro.

Convidamos todos os fiéis a intensificarem a súplica ao Senhor por uma paz justa e duradoura.

domingo, 4 de maio de 2025

Mais informações sobre o Conclave

Algumas informações a respeito do próximo Conclave segundo a
Constituição Apostólica Universi Dominici gregis
1. A Sé Romana está vacante desde o dia 21/04/2025 às 7h35min de Roma, com o falecimento de Sua Santidade o Papa Francisco. 
2. Os cardeais eleitores são 135. Com a desistência de participação de 2 eleitores, por razões de saúde, ingressarão no Conclave 133 cardeais.
3. Numa das primeiras Congregações Gerais decidiu-se o dia 7 de maio para o início do Conclave. 
4. O Conclave para a eleição do Sumo Pontífice realizar-se-á dentro do território da Cidade do Vaticano, em setores e edifícios determinados, vedados aos estranhos.
5. Deverão ser alojados, em lugares convenientes dentro do Vaticano, Dom Ilson de Jesus Montanari (Secretário do Colégio Cardinalício e que desempenhará as funções de Secretário da assembleia eleitoral); Mons. Ravelli (Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias), com dois Cerimoniários e dois religiosos adscritos à Sacristia Pontifícia; e um eclesiástico escolhido pelo cardeal Parolin (que substitui o Decano), para lhe servir de assistente.
6. No dia estabelecido para o início do Conclave, os Cardeais eleitores reunir-se-ão na Basílica de S. Pedro no Vaticano para a Missa votiva pro eligendo Papa. Isto dever-se-á realizar em hora conveniente da parte da manhã. Será presidida pelo Cardeal Re, Decano do Sacro Colégio dos Cardeais.
7. Saindo da Capela Paulina no Palácio Apostólico às 16h30min (11h30min no Brasil), os Cardeais eleitores dirigir-se-ão, em procissão solene e invocando, com o cântico do Veni Creator, a assistência do Espírito Santo, para a Capela Sistina do Palácio Apostólico, lugar e sede da realização da eleição.
8. Depois de ter prestado juramento o último dos Cardeais eleitores (Cardeal Koovakad), será intimado pelo Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias (Mons. Ravelli) o extra omnes, e todas as pessoas estranhas ao Conclave deverão deixar a Capela Sistina.
9. De modo específico, é proibido aos Cardeais eleitores, durante todo o tempo que durarem as operações da eleição, receber imprensa diária e periódica, de qualquer natureza, assim como ouvir transmissões radiofônicas ou ver transmissões televisivas.
10. De forma particular, é proibido aos Cardeais eleitores revelar, a qualquer outra pessoa, notícias que, direta ou indiretamente, digam respeito às votações, assim como aquilo que foi tratado ou decidido acerca da eleição do Pontífice nas reuniões dos Cardeais, quer antes quer durante o tempo da eleição. Esta obrigação do segredo estende-se também aos Cardeais não eleitores que participem nas Congregações gerais.
11. Para a válida eleição do Romano Pontífice, se requerem os dois terços dos sufrágios, calculados com base na totalidade dos eleitores presentes. Se presentes os 133 eleitores, serão necessários 89 votos.
12. O escrutínio desenrola-se em três fases, a primeira das quais - designada pré-escrutínio - compreende: 1) a preparação e a distribuição das fichas pelos Cerimoniários, que entregarão ao menos duas ou três a cada um dos Cardeais eleitores; 2) a extração à sorte entre todos os Cardeais eleitores de três Escrutinadores, três encarregados de ir recolher os votos dos doentes - aqui designados por razões de brevidade Infirmarii -, e três Revisores; esse sorteio é feito em público pelo último Cardeal Diácono (Cardeal Koovakad), o qual extrairá sucessivamente os nove nomes daqueles que deverão desempenhar tais funções. Os primeiros três extraídos farão o papel de Escrutinadores, os três seguintes de Infirmarii, e os outros três de Revisores.
13. Para esta fase do escrutínio, importa ter presente as seguintes disposições: 1) a ficha de voto deve ter a forma retangular, e ter escrito na parte superior, se possível em caracteres impressos, as palavras: Eligo in Summum Pontificem, ao passo que, na metade inferior, se deverá deixar em branco o espaço para escrever o nome do eleito; assim, a ficha é feita de molde a que possa ser dobrada em duas partes; 2) o preenchimento das fichas deve ser feito secretamente por cada um dos Cardeais eleitores, o qual escreverá claramente, mas com grafia o mais possível não identificável, o nome de quem elege, evitando escrever outros nomes, porque se o fizesse o voto seria nulo, e dobrando depois a ficha ao meio por duas vezes consecutivas; 3) na Capela Sistina, durante as votações, deverão permanecer só os Cardeais eleitores, e, por isso, imediatamente após a distribuição das fichas e antes de os eleitores começarem a escrever, o Secretário do Colégio dos Cardeais, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias e os Cerimoniários devem sair do local; depois da sua saída, o último Cardeal Diácono (Cardeal Koovakad) feche a porta, voltando a abri-la e a fechá-la todas as vezes que isso for necessário, como por exemplo quando os Infirmarii saem para recolher os votos dos doentes e reentram na Capela.
14. A segunda fase, chamada escrutínio no sentido verdadeiro e próprio do termo, compreende: 1) a deposição das fichas de voto na respectiva urna; 2) a mistura e a contagem das mesmas; 3) o apuramento dos votos. Cada Cardeal eleitor, pela ordem de precedência, depois de ter escrito e dobrado a ficha, mantendo-a levantada de modo que seja visível, leva-a ao altar, junto do qual estão os Escrutinadores e em cima do qual é colocado um recipiente coberto com um prato para recolher as fichas. Chegado aí, o Cardeal eleitor pronuncia, em voz alta, a seguinte forma de juramento (Invoco como testemunha Cristo Senhor, o qual me há de julgar, que o meu voto é dado àquele que, segundo Deus, julgo deve ser eleito.) Em seguida, depõe a ficha de voto no prato e com este introdu-la no recipiente. Tendo realizado isto, faz uma inclinação ao altar, e volta para o seu lugar.
15. Depois de todos os Cardeais terem deposto a própria ficha de voto na urna, o primeiro Escrutinador agita-a diversas vezes para misturar as fichas e, imediatamente a seguir, o último Escrutinador procede à contagem das mesmas, tirando da urna, de forma visível, uma de cada vez e colocando-a num outro recipiente vazio, já preparado para tal fim. Se porventura o número das fichas não corresponder ao número dos eleitores, é preciso queimá-las todas e proceder imediatamente a uma segunda votação; se, pelo contrário, corresponder ao número dos eleitores, segue-se o apuramento dos votos, conforme se indica a seguir.
16. Os Escrutinadores sentam-se a uma mesa, colocada diante do altar: o primeiro deles toma uma ficha, abre-a, observa o nome do eleito e passa-a ao segundo Escrutinador que, certificando-se por sua vez do nome do eleito, passa-a ao terceiro, o qual a lê, em voz alta e inteligível, de modo que todos os eleitores presentes possam anotar o voto, numa folha apropriada para isso. O próprio Escrutinador, que faz de pregoeiro, anota o nome lido na ficha. Se porventura, no apuramento dos votos, os Escrutinadores encontrarem duas fichas dobradas de maneira tal que pareçam preenchidas por um único eleitor, e se em ambas figura o mesmo nome, elas contam por um único voto; se, pelo contrário, nelas figuram dois nomes diferentes, nenhum dos dois votos será válido; em nenhum dos casos, porém, será anulada a votação.
Terminado o apuramento das fichas, os Escrutinadores procedem à soma dos votos obtidos pelos diversos nomes, e anotam-nos numa folha separada. O último dos Escrutinadores, à medida que vai lendo as fichas de voto, fura-as com uma agulha, no ponto onde se encontra a palavra Eligo, e insere-as num fio, a fim de que possam ser mais seguramente conservadas. No fim da leitura dos nomes, as pontas do fio são atadas com um nó, e as fichas assim unidas são colocadas num recipiente, ou a um lado da mesa.
17.  Segue-se depois a terceira e última fase, chamada também pós-escrutínio, que compreende: 1) a contagem dos votos; 2) o seu controle; 3) a queima das fichas. Os Escrutinadores fazem a soma de todos os votos, que cada um obteve, e se ninguém tiver conseguido dois terços dos votos nessa votação, o Papa não foi eleito; se, pelo contrário, resultar que alguém obteve os dois terços, verificou-se a eleição do Romano Pontífice canonicamente válida. Imediatamente após a revisão, antes de os Cardeais eleitores abandonarem a Capela Sistina, todas as fichas serão queimadas pelos Escrutinadores, com a ajuda do Secretário do Colégio (Dom Montanari) e dos Cerimoniários, entretanto chamados pelo último Cardeal Diácono (Cardeal Koovakad). Se, porém, se devesse proceder imediatamente a uma segunda votação, as fichas da primeira seriam queimadas somente no final, juntamente com as da segunda votação.
18. No final da eleição, o Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana (Cardeal Farrell) elabore um relatório, que há de ser aprovado também pelos três Cardeais Assistentes, no qual declare o resultado das votações em cada uma das sessões. Este relatório será entregue ao Papa e ficará depois guardado no respectivo arquivo, encerrado num envelope sigilado que não poderá ser aberto por ninguém, a não ser que o Sumo Pontífice lho tenha explicitamente permitido.
19. Caso os Cardeais eleitores tivessem dificuldade em pôr-se de acordo quanto à pessoa a eleger, então, realizados sem êxito durante três dias os escrutínios, aqueles serão suspensos durante um dia, no máximo, para uma pausa de oração, de livre colóquio entre os votantes e de uma breve exortação espiritual, feita pelo primeiro dos Cardeais da ordem dos Diáconos (Cardeal Mamberti). Em seguida, recomeçam as votações segundo a mesma forma, e se, após sete escrutínios, ainda não se verificar a eleição, faz-se outra pausa de oração, de colóquio e de exortação, feita pelo primeiro dos Cardeais da ordem dos Presbíteros (Cardeal Puljic). Procede-se, depois, a uma outra eventual série de sete escrutínios, seguida - se ainda não se tiver obtido o resultado esperado -, de uma nova pausa de oração, de colóquio e de exortação, feita pelo primeiro dos Cardeais da ordem dos Bispos (Cardeal Parolin) . Em seguida, recomeçam as votações segundo a mesma forma, as quais, se não for conseguida a eleição, serão sete.
20. Se as votações não tiverem êxito, mesmo depois de ter procedido como estipulado no número precedente, seja dedicado um dia à oração, à reflexão e ao diálogo; nas votações sucessivas, terão voz passiva apenas os dois nomes que no escrutínio anterior tiverem obtido o maior número de votos; mas não se poderá renunciar à exigência de que para a eleição válida, também nestes escrutínios, se requer a maioria qualificada de pelo menos dois terços de sufrágios dos Cardeais presentes e votantes. Nestas votações, os dois nomes que têm voz passiva não têm voz activa.
21. Uma vez efetuada canonicamente a eleição, o último dos Cardeais Diáconos (Cardeal Koovakad) chama para dentro do local da eleição o Secretário do Colégio dos Cardeais (Dom Montanari) e o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias (Mons. Ravelli); em seguida, o Cardeal Parolin (caso seja o Eleito, o Cardeal Filoni), em nome de todo o Colégio dos eleitores, pede o consenso do eleito com as seguintes palavras: Aceitas a tua eleição canônica para Sumo Pontífice? E, uma vez recebido o consenso, pergunta-lhe: Como queres ser chamado? Então o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias (Mons. Ravelli), na função de Notário e tendo por testemunhas dois Cerimoniários, que serão chamados naquele momento, redige um documento com a aceitação do novo Pontífice e o nome por ele assumido.
22. Cumpridas, entretanto, as outras formalidades previstas no Ordo rituum Conclavis, os Cardeais eleitores, segundo os modos estabelecidos, aproximam-se para render homenagem e prestar obediência ao neo-eleito Sumo Pontífice. Sucessivamente elevam-se a Deus ações de graças, após o que o primeiro dos Cardeais Diáconos (Cardeal Mamberti) anuncia ao povo, que está à espera, a eleição consumada e o nome do novo Pontíficeo qual, imediatamente a seguir, dá a Bênção Apostólica Urbi et Orbi do pórtico da Basílica do Vaticano.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Igrejas Católicas Orientais no Conclave

No próximo Conclave, a iniciar no dia 7 de maio, há apenas um Patriarca Oriental eleitor, Sua Beatitude Eminentíssima o senhor Cardeal Louis Raphael I Sako, da Igreja de Bagdá dos Caldeus.

Igualmente estarão representadas, ambas na Índia, a Igreja Siro-Malankar, com Sua Beatitude Eminentíssima o senhor Cardeal Baselios Cleemis Thottunkal, Arcebispo Maior de Trivandrum (representando os demais católicos de rito siríaco-antioqueno, como os Maronitas e Siríacos) bem como a Igreja Siro-Malabar com Sua Eminência Reverendíssima o senhor  Cardeal George Jacob Koovakad, Prefeito do Dicastério para o Diálogo Interreligioso.

Da tradição alexandrina, a Igreja Copta da Etiópia será representada por Sua Eminência Reverendíssima o senhor Cardeal Berhaneyesus Demerew Souraphiel, Arcebispo Metropolita de Addis-Abeba dos Etíopes (representando também as Igrejas Copta do Egito e da Eritreia, de rito alexandrino). 

E, por fim, os bizantinos terão Sua Eminência Reverendíssima o senhor Cardeal Mykola Bychok, Eparca de Melbourne dos Ucranianos, como seu representante (bem como das outras 13 Igrejas sui juris de rito bizantino, entre as quais o Patriarcado Greco-Melquita).

O único rito sem representante no Conclave é o armeno, cujo Patriarca, Sua Beatitude Raphaël Bedros XXI Minassian, não é cardeal da Santa Igreja Romana.

Assim, as 23 Igrejas sui juris têm 5 eleitores no Sacro Colégio dos Cardeais.


quarta-feira, 30 de abril de 2025

Comunicado da Santa Sé

O Colégio Cardinalício, reunido em Roma e empenhado nas Congregações Gerais que preparam o Conclave, deseja dirigir ao Povo de Deus o convite a viver este momento eclesial como um acontecimento de graça e discernimento espiritual, na escuta da Vontade de Deus.

Por isso, os Cardeais, conscientes da responsabilidade a que são chamados, reconhecem a necessidade de serem sustentados pela oração de todos os fiéis. Esta é a verdadeira força que, na Igreja, favorece a unidade de todos os membros no único Corpo de Cristo (cf. 1 Cor 12, 12).

Diante da grandeza desta iminente tarefa e das urgências do tempo presente, é necessário, antes de tudo, fazermo-nos instrumentos humildes da infinita Sabedoria e Providência do Pai Celeste, na docilidade à ação do Espírito Santo. É Ele, na verdade, o protagonista da vida do Povo de Deus, Aquele a quem devemos escutar, acolhendo o que diz à Igreja (cf. Ap 3, 6).

Que Nossa Senhora, com a sua intercessão maternal, acompanhe esta comum invocação.


Declaração da Congregação dos Cardeais

A Congregação dos Cardeais deseja comunicar as duas seguintes questões de caráter procedimental sobre as quais pôde refletir e debater nos dias passados:

1) Acerca dos Cardeais eleitores, a Congregação destacou que Sua Santidade o Papa Francisco, criando um número de Cardeais superiores a 120, como estabelecido no n. 33 da Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis de São João Paulo II, de 22 de fevereiro de 1996, no exercício de sua suprema autoridade, revogou tacitamente tal disposição legislativa, razão pela qual os Cardeais excedentes ao número limite adquiriram, pela norma do n. 36 da mesma Constituição Apostólica, o direito de eleger o Romano Pontífice, desde o momento de sua criação e publicação;

2) Acerca do Emº Cardeal Giovanni Angelo Becciu, reconheceu que ele, tendo no coração o bem da Igreja, como também a fim de contribuir para a comunhão e a serenidade do Conclave, comunicou sua decisão de não tomar parte nele. A tal respeito, a Congregação dos Cardeais exprime apreciação pelo gesto manifestado por ele e augura que os órgãos de justiça competentes possam esclarecer definitivamente os fatos.

terça-feira, 29 de abril de 2025

Ingresso no Conclave

Quarta-feira, 7 de maio de 2025, às 16h30min, terá lugar o ingresso no Conclave e o juramento para a eleição do Romano Pontífice, segundo o previsto pelo Ordo Rituum Conclavis (nn. 29-44).

Os Eminentíssimos Senhores Cardeais Eleitores deverão se apresentar às 16h15min na Capela Paulina, no Palácio Apostólico Vaticano. Os Cardeais de rito latino se revestirão da batina vermelha com a faixa, o roquete, a mozeta, a cruz peitoral com o cordão vermelho e dourado, o anel, o solidéu e o barrete; os Cardeais das Igrejas Orientais vestirão o hábito coral próprio.

Da Capela Paulina, ao canto da Ladainha dos Santos, os Senhores Cardeais Eleitores se dirigirão processionalmente à Capela Sistina onde, depois do canto do Veni Creator, pronunciarão o juramento prescrito.

Além dos Senhores Cardeais, tomarão parte na procissão, apresentando-se na Sala Régia do Palácio Apostólico às 16h e vestidos do próprio hábito coral: 

- o Senhor Cardeal que fará a meditação;

- o Secretário do Conclave e Vice-Camerlengo;

- o Mestre de Celebrações Litúrgicas Pontifícias; 

- dois membros do Colégio dos Protonotários Apostólicos; 

- dois membros do Colégio dos Prelados Auditores da Rota Romana; 

- os Cerimoniários Pontifícios;

- o secretário do Cardeal que preside o Conclave; 

- a Capela Musical Pontifícia;

Às 16h poderão aceder à Capela Sistina as seguintes pessoas:

- o Substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado; 

- o Secretário para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais da Secretaria de Estado; 

- o Regente da Casa Pontifícia; 

- os religiosos adidos da Sacristia Pontifícia; 

- os sacerdotes encarregados das confissões; 

- o Coronel do Corpo da Guarda Suíça Pontifícia; 

Também estará presente, com o devido bilhete, o pessoal de serviço do Ofício das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, do Corpo da Guarda Suíça Pontifícia, da Direção de Saúde e Higiene, da Floricultura e do Dicastério para a Comunicação.

Cidade do Vaticano, 29 de abril de 2025

Por mandato do Colégio Apostólico

✠ Diego Ravelli

Arcebispo tit. de Recanati

Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias


Santa Missa "Pro Eligendo Romano Pontifice"

Quarta-feira, 7 de maio de 2025, às 10h, na Basílica de São Pedro será celebrada a Santa Missa "pela eleição do Romano Pontífice", presidida por Sua Eminência Reverendíssima o senhor Cardeal Giovanni Battista Re, Decano do Colégio Cardinalício.

Os Eminentíssimos Cardeais que concelebrarão são convidados a comparecer às 9h15min na Capela de São Sebastião, para se paramentarem com as vestes litúrgicas, portando consigo a mitra branca adamascada.

* * *

Em conformidade com o Motu Proprio «Pontificalis Domus», os componentes da Capela Pontifícia que desejam participar da Celebração Eucarística devem trajar o hábito coral próprio e se apresentar junto ao altar da Confissão às 9h30min, a fim de ocupar os postos que lhes serão indicados pelos cerimoniáramos pontifícios.

Cidade do Vaticano, 29 de abril de 2025


Por mandato do Colégio Cardinalício

✠ Diego Ravelli

Arcebispo tit. de Recanati

Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias


Juramento dos Oficiais e Adidos do Conclave

Segunda-feira, 5 de maio de 2025, às 17h30min, na Capela Paulina, no Palácio Apostólico Vaticano, terá lugar o juramento dos oficiais e adidos do Conclave.

Todos aqueles que serão adidos do próximo Conclave, seja eclesiásticos ou leigos, aprovados pelo Cardeal Camerlengo e pelos três Cardeais assistentes, nos termos da Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis n. 48, deverão prestar e subscrever o juramento prescrito. Com base nos nn. 46-47 da mesma Constituição deverão comparecer às 17h na Capela Paulina:

- o Secretário do Colégio Cardinalício;

- o Mestre de Celebrações Litúrgicas Pontifícias; 

- os Cerimoniários Pontifícios; 

- o eclesiástico escolhido pelo Cardeal que preside o Conclave para que o assista no próprio ofício;

- os religiosos adidos da Sacristia Pontifícia;

- os religiosos de vários idiomas para as confissões; 

- os médicos e os enfermeiros;

- os ascensoristas do Palácio Apostólico; ;

- o pessoal de serviço de alimentação e de limpeza; 

- o pessoal da floricultura e dos serviços técnicos; 

- o pessoal de transporte dos Eleitores da Domus Sanctæ Marthæ ao Palácio Apostólico; 

- o Coronel e um Major do Corpo da Guarda Suíça Pontifícia, encarregados da vigilância imediata da Capela Sistina; 

- o Diretor do Serviço de Segurança e da Defesa Civil do Estado da Cidade do Vaticano, com alguns colaboradores.

Esses, depois de serem instruídos sobre o significado do juramento, deverão pronunciar e subscrever pessoalmente a fórmula prevista, diante de Sua Eminência o Cardeal Kevin Joseph Farrell, Camerlengo da Santa Igreja Romana, sendo testemunhas dois Protonotários Apostólicos. 

Cidade do Vaticano, 29 de abril de 2025

Por mandato do Colégio Cardinalício 

✠ Diego Ravelli

Arcebispo tit. de Recanati

Mestre de Celebrações Litúrgicas Pontifícias

Agradecimento do Colégio Cardinalício

O Colégio Cardinalício deseja exprimir um vivo agradecimento aos Chefes das Igrejas e das comunidades eclesiásticas não católicas que estiveram presentes ou enviaram suas Delegações ao funeral do Papa Francisco em 26 de abril passado, bem como aos representantes do hebraísmo, do islã e das outras religiões.

Com reconhecimento pela solidariedade demonstrada no momento da dor, o Colégio dos Cardeais se volta também a todas as Delegações civis que participaram e a quantos as guiaram: Soberanos, Príncipes, Chefes de Estado e de Governo, Ministros e Autoridades governamentais. Sua presença foi particularmente prezada como participação na dor da Igreja e da Santa Sé pelo falecimento do Pontífice e como homenagem ao seu incessante empenho em favor da fé, da paz e da fraternidade entre todos os povos da terra.

Os Cardeais desejam agradecer em particular às Autoridades Italianas, à Cidade de Roma, ao serviço da ordem, à Defesa civil, aos meios de comunicação e aos trabalhadores, inclusive aos dependentes da Santa Sé e do Governadorato do Estado da Cidade do Vaticano, que contribuíram, com grande empenho e generosidade, para predispor todo o necessário às várias celebrações, reconhecendo que, graças a seu trabalho, tudo se desenvolveu com ordem e tranquilidade.

Por fim, vai um grato pensamento aos milhares de adolescentes e jovens que participaram do Jubileu de Domingo, 27 de abril passado, revelando a face de uma Igreja viva e da vida do seu Senhor Ressuscitado, e a todo o povo de Deus que caminha com esperança para o futuro.


segunda-feira, 28 de abril de 2025

Declaração do Cardeal Becciu

"Tendo no coração o bem da Igreja, à qual servi e continuarei a servir com fidelidade e amor, assim como a fim de contribuir para a comunhão e a serenidade do Conclave, decidi obedecer - como sempre fiz - à vontade do Papa Francisco de não entrar no Conclave, embora permaneça convencido da minha inocência".

Data do início do Conclave

Os Cardeais presentes em Roma decidiram iniciar o Conclave para a eleição do novo Papa, Sucessor de São Pedro, em 7 de maio de 2025.

A decisão foi tomada na 5ª Congregação Geral, na manhã de hoje, na Sala do Sínodo no Vaticano. 

O conclave para a eleição do 267º Bispo de Roma se realizará na Capela Sistina.


sábado, 26 de abril de 2025

Exéquias e Sepultamento do Papa Francisco

Às 10 horas da manhã de hoje, na esplanada da Basílica Patriarcal Vaticana, teve lugar a Santa Missa Exequial pelo falecido Romano Pontífice Francisco.

A Liturgia Exequial foi concelebrada pelos Cardeais e Patriarcas das Igrejas Orientais. Presidiu a Concelebração o Decano do Colégio Cardinalício, o Emº Cardeal Giovanni Battista Re.

Ao término da solene Celebração Eucarística tiveram lugar a Ultima Commendatio  e a Valedictio. O Cardeal Vigário para a Diocese de Roma conduziu a súplica pela Igreja de Roma. Logo os Patriarcas, Arcebispos Maiores e Metropolitas da Igrejas "sui iuris" orientais católica se acercaram ao féretro para a súplica pelas Igrejas Orientais. Em seguida, o Cardeal Decano aspergiu com água benta a salma do Pontífice defunto e a incensou.

O féretro do Santo Padre Francisco foi trasladado à Basílica de Santa Maria Maior para o sepultamento.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

Novendiali

Segundo um antigo costume, por nove dias consecutivos se realizam particulares celebrações da Eucaristia em sufrágio do Romano Pontífice falecido, a partir da Missa exequial.

Tais celebrações são abertas a todos. Elas, todavia preveem, cada dia, a participação de um grupo diverso, tendo em conta sua ligação com o Romano Pontífice. Essa variedade de assembleias mostra, de certo modo, tanto o âmbito do ministério do supremo Pastor quanto a universalidade da Igreja de Roma (cf. Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, nn. 124-125).

* * *

A Missa exequial do Romano Pontífice Francisco, primeiro dia dos Novendiali, será no dia 26 de abril de 2025 às 10h (hora de Roma) na esplanada da Basílica de São Pedro. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Giovanni Battista Re, Decano do Colégio Cardinalício.

Nos dias sucessivos continuarão as celebrações dos Novendiali em sufrágio do Papa falecido do seguinte modo:

2º dia: domingo, 27 de abril, às 10h30min, na esplanada da Basílica Vaticana: os dependentes e os fiéis da Cidade do Vaticano. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Pietro Parolin, outrora Secretário de Estado.

3º dia: segunda-feira, 28 de abril, às 17h, na Basílica Vaticana: a Igreja de Roma. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Baldassare Reina, Vigário Geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma.

4º dia: terça-feira, 29 de abril, às 17h, na Basílica Vaticana: os Capítulos das Basílicas Papais. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Mauro Gambetti, Arcipreste da Basílica Papal de São Pedro no Vaticano.

5º dia: quarta-feira, 30 de abril, às 17h, na Basílica Vaticana: Capela Papal. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Leonardo Sandri, Vice-Decano do Colégio Cardinalício.

6º dia: quinta-feira, 1º de maio, às 17h, na Basílica Vaticana: Cúria Romana. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Victor Manuel Fernández, outrora Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé.

7º dia: sexta-feira, 2 de maio, às 17h, na Basílica Vaticana: Igrejas Orientais. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Claudio Gugerotti, outrora Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais.

8º dia: sábado, 3 de maio, às 17h, na Basílica Vaticana: membros dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Ángel Fernández Artime, outrora Pró-Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. 

9º dia: Domingo, 4 de maio, às 17h, na Basílica Vaticana: Capela Papal. A concelebração será presidida pelo Emº Cardeal Dominique Mamberti, Proto-Diácono do Colégio Cardinalício. 

terça-feira, 22 de abril de 2025

Congregações dos Cardeais da Santa Igreja Romana

AS CONGREGAÇÕES DOS CARDEAIS 
PRELIMINARES À ELEIÇÃO DO SUMO PONTÍFICE

7. No período de Sé vacante, haverá duas espécies de Congregações dos Cardeais: uma geral, isto é, de todo o Colégio, até ao início da eleição, e a outra particular. Nas Congregações gerais, devem participar todos os Cardeais não legitimamente impedidos, logo que tenham sido informados da vacância da Sé Apostólica. Contudo, aos Cardeais que, nos termos do nº 33 desta Constituição, não gozam do direito de eleger o Pontífice, é concedida a faculdade de se absterem, se assim o preferirem, de participar nessas Congregações gerais.

A Congregação particular é constituída pelo Cardeal Camerlengo da Santa Igreja Romana e por três Cardeais, um de cada uma das ordens, extraídos à sorte dentre os Cardeais eleitores que já tenham chegado a Roma. O ofício destes três Cardeais, chamados Assistentes, cessa ao completar-se o terceiro dia, sucedendo-lhes no lugar, sempre por meio de sorteio, outros três pelo mesmo espaço de tempo, mesmo depois de iniciada a eleição.

Durante o período da eleição, as questões mais importantes, se fôr necessário, são tratadas pela assembleia dos Cardeais eleitores, ao passo que os assuntos ordinários continuam a ser tratados pela Congregação particular dos Cardeais. Nas Congregações gerais e particulares, durante o período de Sé vacante, os Cardeais trajem a habitual batina preta filetada e a faixa vermelha, com o solidéu, cruz peitoral e anel.

8. Nas Congregações particulares, devem ser tratadas apenas as questões de menor importância, que se apresentem diária ou ocasionalmente. Se surgirem questões mais graves e merecedoras de um exame mais profundo, devem ser sujeitas à Congregação geral. Além disso, o que tiver sido decidido, resolvido ou negado numa Congregação particular, não pode ser revogado, mudado, ou concedido por uma outra; o direito de o fazer pertence somente à Congregação geral, e com a maioria dos votos.

9. As Congregações gerais dos Cardeais realizar-se-ão no Palácio Apostólico do Vaticano ou, se o exigirem as circunstâncias, noutro lugar julgado mais oportuno pelos próprios Cardeais. A elas preside o Decano do Colégio ou, caso ele esteja ausente ou legitimamente impedido, o Vice-Decano. Na hipótese de um dos dois ou mesmo ambos já não gozarem, nos termos do nº 33 desta Constituição, do direito de eleger o Pontífice, à assembleia dos Cardeais eleitores presidirá o Cardeal eleitor mais antigo, segundo a ordem habitual de precedência.

10. O voto nas Congregações dos Cardeais, quando se trata de assuntos de maior importância, não deve ser dado de viva voz, mas de forma secreta.

11. As Congregações gerais que antecedem o início da eleição, por isso mesmo chamadas «preparatórias», devem realizar-se diariamente, a começar do dia que for estabelecido pelo Camerlengo da Santa Igreja Romana e pelo primeiro Cardeal de entre os eleitores, de cada uma das Ordens, mesmo nos dias em que forem celebradas as exéquias pelo Pontífice falecido. Tal deverá acontecer para, assim, tornar possível ao Cardeal Camerlengo ouvir o parecer do Colégio e transmitir-lhe as informações que retiver necessárias ou oportunas; e, simultaneamente, permitir a cada um dos Cardeais exprimir a sua opinião sobre os problemas que se apresentem, pedir explicações em casos de dúvida, e fazer propostas.

12. Nas primeiras Congregações gerais, proveja-se a que cada um dos Cardeais tenha à sua disposição uma cópia desta Constituição e, ao mesmo tempo, seja-lhes dada a possibilidade de propor eventualmente questões acerca do significado e da execução das normas estabelecidas na mesma. Além disso, convém que seja lida a parte da presente Constituição que se refere à vacância da Sé Apostólica. Entretanto, todos os Cardeais presentes deverão prestar juramento sobre a observância das prescrições que nela se contêm e sobre a guarda do segredo. Tal juramento, que deverá ser feito mesmo pelos Cardeais que, por terem chegado atrasados, só num segundo momento participam nestas Congregações, seja lido pelo Cardeal Decano ou, eventualmente, por outro presidente do Colégio, de acordo com a norma estabelecida no nº 9 desta Constituição, na presença dos outros Cardeais, segundo a fórmula seguinte:

Nós, Cardeais da Santa Igreja Romana, da Ordem dos Bispos, dos Presbíteros e dos Diáconos, prometemos, obrigamo-nos e juramos, todos e cada um, observar exacta e fielmente todas as normas contidas na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis do Sumo Pontífice João Paulo II, e guardar escrupulosamente o segredo sobre tudo aquilo que, de qualquer modo, se relacione com a eleição do Romano Pontífice, ou que, por sua natureza, durante a vacância da Sé Apostólica, postule o mesmo segredo.

Em seguida, cada um dos Cardeais dirá: E eu, N. Cardeal N., prometo, obrigo-me e juro. E, colocando a mão sobre o Evangelho, acrescentará: Assim Deus me ajude e estes Santos Evangelhos, que toco com a minha mão.

13. Numa das Congregações imediatamente sucessivas, os Cardeais deverão, com base numa ordem do dia previamente estabelecida, tomar as decisões mais urgentes para iniciar as operações da eleição, ou seja:

a) estabeleçam o dia, a hora e o modo, em que o corpo do falecido Pontífice será trasladado para a Basílica do Vaticano, para ser exposto à homenagem dos fiéis;

b) predisponham tudo o que for necessário para as exéquias do falecido Pontífice, que deverão ser celebradas durante nove dias consecutivos, e fixem o início das mesmas, de tal modo que a sepultura tenha lugar, salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte;

c) recomendem à Comissão, composta pelo Cardeal Camerlengo e pelos Cardeais que desempenhavam respectivamente os cargos de Secretário de Estado e de Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, que prepare atempadamente quer os espaços da Domus Sanctae Marthae para o conveniente alojamento dos Cardeais eleitores, quer os aposentos necessários para quantos estão previstos no nº 46 da presente Constituição, e que, ao mesmo tempo, proveja a pôr em ordem tudo quanto seja necessário para a preparação da Capela Sistina, a fim de que as operações relativas à eleição possam desenrolar-se de maneira cómoda, ordenada e com a máxima reserva, segundo o que está previsto e estabelecido nesta Constituição;

d) confiem a dois eclesiásticos de íntegra doutrina, sabedoria e autoridade moral o encargo de proporem aos próprios Cardeais duas ponderadas meditações sobre os problemas da Igreja nesse momento e a escolha esclarecida do novo Pontífice; entretanto, mantendo o que está disposto no nº 52 desta Constituição, provejam a estabelecer o dia e a hora em que lhes deverá ser dirigida a primeira das referidas meditações;

e) aprovem - sob proposta da Administração da Sé Apostólica ou, na parte que lhe compete, do Governatorado do Estado da Cidade do Vaticano - as despesas havidas desde a morte do Pontífice até à eleição do sucessor;

f) leiam, se porventura existirem, os documentos deixados pelo falecido Pontífice para o Colégio dos Cardeais;

g) tomem providências no sentido de fazer anular o Anel do Pescador e o Selo de chumbo, com os quais são expedidas as relativas Cartas Apostólicas;

h) predisponham a atribuição, por sorteio, dos quartos aos Cardeais eleitores;

i) Estabeleçam dia e hora para o início das operações de voto.

(cf. Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, acerca da vacância da Sé Apostólica e da Eleição do Romano Pontífice)